16 de mar. de 2018

Ordem para matar sargento da PM saiu de dentro de presídio

Ordem para matar sargento da PM saiu de dentro de presídio (Foto: Reprodução)A Polícia Civil apresentou no início da tarde de ontem (15) três suspeitos de envolvimento no assassinato do sargento da Polícia Militar Marinaldo Maia de Souza, 46 anos, morto a tiros na madrugada de domingo (11). Jenildo Machado Palheta, 31 anos, Sabrina de Nazaré Noronha Brandão, 19, e Luiz Carlos Gonçalves Cordeiro, 19, são acusados de executar o PM em frente de sua casa.

De acordo com o delegado Daniel Castro, que comandou as investigações do caso, o assassinato foi articulado pelo presidiário Luiz Carlos, dentro da prisão, para pagar uma dívida com outro criminoso. “A arma que ele usava para praticar crime era emprestada e ele a tinha perdido. E, para pagar essa dívida, precisava matar um policial e pegar a arma dele. Então, escolheu o sargento PM Marinaldo, provavelmente por já conhecer onde ele morava”, explicou o delegado. Segundo ele, o sargento era vizinho da mãe de Luiz e, por isso, ele conhecia sua rotina. 

Sabrina, por sua vez, foi a responsável por fazer o monitoramento da rotina do sargento, providenciando que o executor estivesse na hora e no local em que o militar estivesse mais vulnerável. Há a suspeita, inclusive, de que ela já tenha sido empregada doméstica da casa do sargento, o que lhe traria ainda mais informações sobre a vida do PM.

Além disso, Sabrina foi a pessoa que coletou a arma da vítima, depois do homicídio. Já Jenildo Machado foi a pessoa que forneceu a arma de fogo para matá-lo. O delegado Castro informa que há uma quarta pessoa envolvida no crime: Michel Silva da Silva, que efetuou os tiros contra o sargento. Sua prisão já foi decretada, mas ele se encontra foragido até o momento.

FICHA SUJA

Aos 19 anos, Luiz Carlos Gonçalves Cordeiro já possui uma longa ficha de antecedentes criminais. Ele tinha sido preso no ano passado por ter roubado e assassinado um casal em 24 de julho de 2017, no balneário Tijuca, no município de Abaetetuba, nordeste paraense. As vítimas foram Maria de Nazaré Vasconcelos Soares e Moisés da Silva Barreto, proprietários do balneário, que tiveram sua casa revirada e a motocicleta roubada e foram mortos a tiros depois de terem sido torturados. 

Além disso, Luiz carrega na ficha um assalto a Escola Estadual de Ensino Fundamental Paulo Maranhão, localizado no bairro do Guamá, ocorrido um mês antes, em 20 de junho de 2017. Ele, que era aluno dessa mesma escola, invadiu três salas de aula portando uma arma de fogo e roubou vários pertences de estudantes e professores. 

Luiz também assaltou um segurança no campus de Enfermagem da Universidade Estadual do Pará (Uepa), que fica ao lado da escola, e roubou a arma da vítima, em maio de 2017.

ASSASSINATOS

Somente esse ano, o número de policiais militares assassinados no Pará já chega a 13. Além disso, mais o guarda municipal Rubens de Souza foi assassinado a tiros quando chegava em casa, em Marituba, em 26 de fevereiro, e o agente da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob), Hilário Colino Bermejo Neto, foi executado a tiros na manhã de 06 de fevereiro, quando estava a serviço na avenida Tavares Bastos, esquina com Pedro Álvares Cabral.

Pressionada para dar uma resposta diante da situação de descontrole, a Polícia Civil criou a Delegacia de Homicídios de Agentes Públicos, integrada a Divisão de Homicídios, dedicada a lidar com esses casos, cada vez mais frequentes. “A delegacia tem cerca de 1 mês desde que foi criada e já mostra resultados. Muitos dos autores dos crimes já foram presos ou morreram em combate com a polícia, outros estão foragidos, mas já identificados”, apontou o Delegado-Geral da Polícia Civil Rilmar Firmino.

Dos 13 assassinatos de militares e mais 2 agentes públicos, apenas 2 ocorrências ainda não têm autoria identificada, o do guarda municipal de Marituba e o mais recente militar assassinado, Deyvison César Braga de Oliveira, que foi perseguido e morto a tiros, em Ananindeua, no último domingo (11). 

Segundo o Comandante-Geral da PM, Hilton Celso, no caso de Deyvison, um fato chamou a atenção: “Há indícios de que ele estaria envolvido com tráfico de drogas, pois em seu carro foram encontrados maconha, cocaína, dinheiro e uma balança de precisão. Mas ainda não podemos dizer com certeza, as investigações ainda apuram essa possível relação”, declarou.

No entanto, segundo o Delegado-Geral da Polícia Civil, esse é um caso isolado. “Na grande maioria dos casos, pelo que percebemos nas investigações, as mortes estão diretamente ligadas com a profissão. Os agentes públicos geralmente são mortos por exercer sua função”, afirmou.

(Alice Martins Morais/Diário do Pará)

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