3 de ago. de 2018

DNIT admite que tecnologia da década de 60 foi usada na duplicação da BR-135

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) admitiu que o sistema de pavimentação usado na duplicação da BR-135, em São Luís, é da década de 1960. O projeto – datado de 2009 – usou tecnologia trazida dos Estados Unidos e que não leva em consideração algumas variáveis, como o movimento de cargas pesadas ou o clima.
A partir desse ano, segundo o departamento, as obras seguirão um método mais moderno e adaptado às características de cada região. A rodovia é a única via de acesso terrestre a São Luís e também o único caminho rodoviário para o Porto do Itaqui.
“Se você vai dimensionar um pavimento para o Rio Grande do Sul, você já entra no sistema colocando o clima lá da região do Rio Grande do Sul. Se vem para o Maranhão, já considera o clima do Maranhão. Então essas variáveis tendem a minimizar esses problemas estruturais e a coisa vai ficar mais segura”, informou Wallace Alan Lopes, engenheiro do DNIT.
O asfalto da rodovia foi entregue há pouco mais de seis meses, mas já está esfarelando em 26 quilômetros de pista duplicada. A obra começou em 2012, custou R$ 461 milhões e era para ficar pronta em 2014, mas atrasou quatro anos e está com buracos, ondulações e sinalização antiga, mesmo com pouco tempo de tráfego liberado.
Está realmente em péssimo estado para quem acabou de ser reformada. Tá deixando a desejar”, afirmou a gerente comercial Alison Castro.
O consultor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Noberto Saraiva, também disse que a técnica usada na pavimentação nova é ultrapassada.
“O cidadão comum, o pagador de impostos, está vendo o que está acontecendo. A responsabilidade, eu acho que está em cima da técnica. Provavelmente isso aí vai ter de ser refeito… esse serviço”, afirmou.
O DNIT disse que acionou o consórcio responsável pela obra para consertar a pista ‘nova’ e que não houve inércia, mas cautela na demora para a mudança de método de pavimentação. Disse ainda que a restauração da pista antiga deve ser concluída até o fim deste ano.
Já o consórcio responsável pela obra, Serveng/Aterpa, informou que executou a obra de acordo com as soluções e orientações contidas no projeto, obedecendo as normas técnicas e boas práticas da engenharia, mas não comentou a notificação para que sejam feitos reparos na obra.

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