14 de mai. de 2020

Pacientes recuperados da covid-19 devem manter isolamento e cuidados com a higiene, alerta infectologista

Muitos pacientes recuperados da covid-19, após alta médica ou o término dos sintomas, acabam relaxando com os cuidados relacionados ao isolamento social e a higiene, algo que não deve acontecer.
Quem faz o alerta é a infectologista Vanessa Santos, que atua na Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará. De acordo com a médica, ainda é possível transmitir a doença após esse período.
“Nos casos mais graves, que necessitaram ou não de internação, o médico deverá avaliar o tempo de isolamento individualmente. Esse período é conhecido como período de transmissibilidade. Antes da alta hospitalar o profissional de saúde deve orientar o doente em recuperação quanto à permanência ou não de cuidados especiais no domicílio e por quanto tempo tais medidas deverão permanecer”, explica a especialista.
A médica dá como exemplo de cuidados, a reserva de um cômodo da casa exclusivo para aquela pessoa (de preferência arejado e com entrada de luz solar), refeições no próprio cômodo, evitando circular ao máximo em outras partes da casa, atenção especial à limpeza do banheiro e do cômodo eleito (idealmente várias vezes ao dia, utilizando desinfetantes com cloro), entre outros.
Mesmo nos casos leves da doença, a médica Vanessa Santos chama a atenção para a necessidade de cautela na retomada da rotina, como forma de cuidar da própria saúde e de não expor outras pessoas a doença. “Um profissional de saúde poderá indicar ao paciente a alta ‘clínica’, quando os sintomas já não estão presentes.
O período é bastante variável, porém nos quadros leves indicamos que o indivíduo permaneça 14 dias isolado das outras pessoas para reduzir o risco de transmissão. Ou 72h após o desaparecimento dos sintomas.
Após esse período, os cuidados como uso de máscara em locais públicos, higiene das mãos, cuidados ao sair de casa, evitar o compartilhamento de objetos pessoais, deverão ser mantidos, obviamente. Porém, já não há indicação de cuidados especiais com a louça, enxoval, vestuário e outros itens do indivíduo, podendo seguir a rotina normal da casa.”, explica a infectologista.
Quanto ao retorno das atividades diárias, cada caso também será de acordo com o quadro do paciente e os excessos sempre devem ser evitados.
EXEMPLO
Daiane Oliveira de Andrade, de 21 anos, de Tracauateua, teve covid-19 ao oito meses de gestação do Pedro Henrique, seu segundo filho. Ela começou a sentir dor no corpo, na garganta, tosse e febre. No dia 15 de abril o quadro se agravou e a grávida precisou ser internada na Santa Casa, onde ficou por oito dias, sendo três na UTI. No dia 18 de abril ela deu à luz ao pequeno Pedro, que também apresentou sintomas e ficou internado na UTI Neonatal por 10 dias.
Hoje, mesmo às vésperas do bebê completar um mês, Daiane não descuida dos cuidados com a saúde dela, do bebê e da família. “Eu recebi todas as orientações da equipe da Santa Casa para cuidar da melhor forma dele em casa. Quando vou pegá-lo no colo, eu sempre lavo as minhas mãos ou uso álcool em gel. Eu sempre protejo o meu corpo com uma coberta, para ele não ficar diretamente em contato com a minha roupa. Além disso, eu uso máscara para amamentá-lo e mantemos o isolamento social”, diz cautelosa a jovem que também é mãe de outro menino de apenas dois anos.
Para quem ainda tem dúvidas sobre a gravidade que a covid-19 pode ter, vale atentar para o apelo de Daiane que viveu a experiência da forma grave da doença em dose dupla. “Acreditem, pois isso não é brincadeira. Duvidamos do coronavírus até acontecer com um familiar ou com nós mesmos. Não duvidem, se isolem, usem máscaras e álcool em gel. O isolamento social é melhor do que perder para sempre alguém que você ama”, apela a jovem.

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