Olímpio Guajajara era o último índio dos Guardiões que ainda estava na Terra Indígena Arariboia após a emboscada que matou Paulo Guajajara, no dia 1º de novembro.


Olimpio Guajajara, líder dos ‘Guardiões da Floresta

O líder dos ‘Guardiões da Floresta’ na Terra Indígena Arariboia, Olímpio Guajajara, foi retirado nesta quarta-feira (6) da floresta e será levado para um abrigo após a emboscada de madeireiros que resultou na morte do índio Paulino Guajajara, na Terra Indígena Governador, próximo da Terra Arariboia. O madeireiro Márcio Greykue Moreira Pereira também morreu no confronto.

Ele era o último membro guajajara dos guardiões que ainda estava na região onde ocorreu o crime. Antes, Auro Guajajara e Laércio Guajajara (sobrevivente da emboscada) já haviam sido incluídos no Programa Estadual de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos (PPDDH) e foram retirados da floresta sob proteção policial.

Paulo Paulino “Lobo Mau” Guajajara morreu após emboscada de madeireiros na região da Terra Indígena Arariboia

Paulo Guajajara também estava incluído no programa, mas morreu antes de ser retirado da floresta. Assim como Laércio e Auro, Olímpio Guajajara saiu da floresta com seus familiares sob proteção policial e vai seguir para um endereço sigiloso por conta das ameaças vindas dos madeireiros. O retorno deles para a floresta depende do fim das ameaças de morte.

Região da emboscada

Terra Indígena Governador (menor) fica localizada próximo a Terra Indígena Araribóia, onde líder indígena foi morto no Maranhão


Além da morte de Paulo Guajajara e do madeireiro Márcio Greykue, o líder indígena Laércio Guajajara foi ferido com tiros na região do braço e das costas, mas sobreviveu e se recupera bem. Ele diz que não sabe explicar o que teria matado o madeireiro, já que não teriam revidado.

Índios protestam

Lideranças indígenas protestaram na segunda-feira (4) na Câmara Municipal do município de Imperatriz, localizado a 629 km de São Luís, a morte de Paulo Guajajara. Os indígenas ocuparam o plenário da câmara e denunciaram a falta de ação das autoridades para impedir que madeireiros invadam as Terras Indígenas.