A divulgação de um estudo apontando que o uso de um medicamento chamado hidroxicloroquina seria eficaz para o tratamento do novo coronavírus (Covid-19) levou a uma corrida às farmácias de todo o país.
E em São Luís não foi diferente.
Em unidades da capital maranhense já não é mais possível encontrar o remédio – vendido no Brasil sob os nomes comerciais de Reuquinol e Plaquinol. Buscas em farmácias que fazem vendas online também já não dão mais resultados. Está tudo esgotado.
O estudo clínico que levou à conclusão de que a hidroxicloroquina pode ser eficaz contra a Covid-19 foi não randomizado e realizado sob supervisão do biólogo francês Didier Raoul.
Nos testes, ministrou-se aos pacientes a hidroxicloroquina – um antigo remédio usado contra malária, artrite, lúpus, eritematoso e doenças fotossensíveis – associada a azitromicina em 20 pacientes. Houve redução ou desaparecimento da carga viral em todos os pacientes doentes.
Nesta semana, após autorização do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, um teste com 1,5 mil pessoas começou a ser realizado pela Universidade de Minnesota.
Sem recomendação
Apesar dos promissores resultados, no Brasil a Anvisa emitiu uma nota recomendando cuidado antes de se ministrar o medicamento aos doentes.
“Esses medicamentos são registrados pela Agência para o tratamento da artrite, lúpus eritematoso, doenças fotossensíveis e malária. Apesar de promissores, não existem estudos conclusivos que comprovam o uso desses medicamentos para o tratamento da Covid-19. Portanto, não há recomendação da Anvisa, no momento, para a sua utilização em pacientes infectados ou mesmo como forma de prevenção à contaminação pelo novo coronavírus”, diz a nota da agência, que lembra, ainda, “que a automedicação pode representar um grave risco à sua saúde”.
Confira a nota técnica na íntegra.