Trecho de um dos documentos do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que investiga atos de corrupção ocorridos na gestão do Prefeito Assis Ramos (União Brasil), em Imperatriz, em 2018, mostra que o prefeito supostamente iria receber um montante de R$ 2 milhões, durante as eleições municipais de 2020.

Os investigadores interceptaram um áudio do celular de Alexander Vieira, no qual dizia que um avião particular seria utilizado para transportar os valores e entregá-los ao prefeito.

Ainda de acordo com o áudio, o valor solicitado por Assis Ramos era de R$ 2 milhões, mas foi enviado apenas uma parte em função do mal desempenho dele nas pesquisas e nos eventos políticos, além do risco do gestor não se reeleger. Prova disso foi a diferença de menos de dois pontos percentuais de Assis Ramos para o segundo colocado, o deputado estadual Marcos Aurélio (PC do B).

O teor do áudio também sugere que o recurso utilizado pode ter sido dos cofres públicos, especialmente de um contrato milionário de cerca de R$ 26 milhões junto à Sellix Ambiental, posteriormente aditivado, tendo o valor inicial elevado para R$ 58,1 milhões. Esse contrato é o alvo das investigações, por meio da Operação Impacto, que já resultou no pedido de afastamento do prefeito do cargo.

Com o risco da não reeleição do prefeito de Imperatriz, no áudio, Alexander Vieira também diz que nenhum fornecedor da Prefeitura receberia pagamentos, inclusive os funcionários, salvo alguns “para se manter”, disse.

Para o GAECO, em função das diversas referências dos atos ilícitos ao “Prefeito”, a “Assis”, Assis Ramos integra a organização criminosa alvo da denúncia. Além disso, os fatos denunciados seriam mais do que meros indícios de envolvimento do gestor, mas mostram que ele tinha poder de decisão em relação aos serviços contratados e os pagamentos realizados. Em linhas gerais, Assis Ramos é, na verdade, o chefe do esquema, segundo as investigações