O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) prevê que jogadores condenados no esquema de apostas investigado pelo Ministério Público de Goiás poderão sofrer punições duras na esfera esportiva. O STJD projeta suspensão de até dois anos, multa de R$ 100 mil e até o banimento nas competições esportivas.
“Com a identificação e comprovação da participação de atletas, os mesmos serão denunciados e punidos com penas de suspensão de 180 a 720 dias, cumulada com multa de até R$ 100 mil e, em casos de reincidência, a eliminação do atleta (penas previstas nos artigos 243 e 243-A. ambos do CBJD)”, informou a Procuradoria do tribunal, em comunicado.
O STJD informou também que “está investigando e apurando todo os casos deflagrados na Operação Penalidade Máxima”, em contato próximo com o Ministério Público de Goiás e a CBF, que tem parceria com a empresa Sportradar para identificar movimentações suspeitas nos sites de apostas em jogos dos campeonatos nacionais.
Decisões
O tribunal deve começar a tomar decisões na próxima semana sobre os jogadores denunciados pelo MP. Alguns poderão sofrer suspensão provisória, de 30 dias. O STJD enfatizou que “não há nenhuma hipótese de paralisação de qualquer competição ou anulação das partidas” porque não há indícios de participação dos clubes e das casas de apostas no esquema.
“Atentos e preocupados com a manutenção da credibilidade do futebol brasileiro, a Procuradoria destaca que vem atuando através da troca de informações e a colaboração entre as instituições (Ministério Público de Goiás x STJD) agindo para que todos os envolvidos sejam denunciados e levados a julgamento com base no que prevê o Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD)”, disse a Procuradoria, no comunicado.
Em sua segunda fase, a chamada Operação Penalidade Máxima aprofundou a investigação do Ministério Público de Goiás (MP-GO) e denunciou 14 jogadores à Justiça nesta semana. Outros atletas foram apenas citados em documento do MP, sem acusação formal. Alguns destes já foram afastados dos seus clubes nos últimos dias.
No total, 12 jogadores foram apartados das atividades cotidianas dos seus times: Vitor Mendes (Fluminense), Bryan Garcia e Pedrinho (Athletico-PR), Richard (Cruzeiro), Nino Paraiba (América-MG), Maurício (Internacional), Raphael Rodrigues (Avaí), Alef Manga e Jesus Trindade (Coritiba), Paulo Miranda (sem clube), Fernando Neto (São Bernardo) e Eduardo Bauermann (Santos).
O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) deve decretar uma suspensão – que pode durar no máximo 30 dias – para os jogadores de futebol denunciados pelo Ministério Público de Goiás na Operação Penalidade Máxima, que investiga manipulação em jogos da Série A e da Série B de 2022, além de campeonatos estaduais de 2023.
“A Procuradoria estudará os casos neste final de semana. Na semana que vem as denúncias e pedidos de suspensão preventiva já estarão distribuídos para análise do Presidente do STJD”, informou o procurador-geral do tribunal, Ronaldo Piacente.
Jogadores que foram denunciados pelo MP:
Eduardo Bauermann (zagueiro, Santos)
Gabriel Tota (meia, ex-Juventude, hoje no Ypiranga-RS)
Paulo Miranda (zagueiro, sem clube)
Igor Cariús (lateral-esquerdo, Sport)
Victor Ramos (zagueiro, ex-Portuguesa, hoje na Chapecoense)
Fernando Neto (volante, ex-Operário-PR, hoje no São Bernardo)
Matheus Gomes (goleiro, ex-Sergipe, sem clube)
Romário (volante ex-Vila Nova, sem clube)
Joseph (zagueiro, Tombense)
Mateusinho (lateral-direito, ex-Sampaio Corrêa, hoje no Cuiabá)
Gabriel Domingos (volante, ex-Vila Nova, sem clube
Allan Godói (ex-Sampaio Corrêa)
André Queixo (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Ituano)
Ygor Catatau (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Sepahan, do Irã)
Paulo Sérgio (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Operário-PR)
Há outros quatro jogadores que confessaram estes crimes ao Ministério Público, mas fizeram acordos para se tornarem testemunhas no caso.
São eles:
Kevin Lomonaco (zagueiro, Bragantino)
Moraes (lateral-esquerdo, ex-Juventude, hoje no Atlético-GO)
Nikolas Farias (volante, sem clube)
Jarro Pedroso (atacante, ex-São Luiz-RS, hoje no Inter-SM)
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