O professor e militante político Pedro Lopes de Oliveira Filho, mais conhecido como Pedrinho, foi brutalmente assassinado, ontem à noite, em Pio XII, durante festa em que comemorava seu 37º aniversário nas dependências do clube AABB, no centro daquela cidade, onde residia e trabalhava. Pedro Filho era um ativo militante político, nascido no Movimento Estudantil, e opositor duro da atual gestão municipal, comandada pelo prefeito Aurélio da Farmácia (PL). Estava se preparando para candidatar-se à Prefeitura de Pio XII, a 267 km de São Luís. O professor foi alvejado a tiros por dois desconhecidos, no momento em que amigos cantavam parabenizando-o. Os executores, vistos como forasteiros, fugiram. O assassinato, brutal em todos os aspectos, chocou a cidade, o Maranhão, e principalmente o segmento político.

O assassinato ocorrido em Pio XII produziu uma série de consequências que e podem ser caracterizadas como uma tragédia com poder para marcar aquela cidade por muito tempo. Para começar, os disparam tiraram covardemente a vida de um jovem, deram fim a um professor da rede pública estadual, eliminaram a um ex-presidente da União Maranhense dos Estudantes Secundários (UMES), mataram o presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, crivaram um membro do Conselho Estadual de Juventude do Maranhão e um ex-coordenador de Juventude da Prefeitura de Pio XII na gestão anterior. E finalmente, liquidaram um militante político que alimentava o projeto de disputar a Prefeitura der Pio XII no ano que vem.

O crime teve todas as características de uma execução por pistolagem. Os executores chegaram na festa sem chamar a atenção, aproveitaram um momento especial da comemoração, dispararam diversos tiros e em seguida se evadiram deixando um jovem líder sem vida e um clube e uma cidade em choque. E alguns amigos mergulharam na perplexidade, uma vez que há um mês Pedrinho deixara de postar vídeos com denúncias, confidenciando a gente próxima que havia parado porque estava sendo ameaçado de morte.

O assassinato de Pedro Filho pode ter sido um atentado de natureza política. E isso coloca os que pretendem disputar mandato nas eleições municipais do ano que vem em estado de alerta máximo. E é exatamente por isso que o Sistema de Segurança Pública deve de acionar todos os seus mecanismos policiais na busca das respostas para o crime. Isso porque não é admissível nem aceitável que uma barbaridade dessas, que coloca a liberdade política em xeque, fique sem elucidação e os autores e mandantes, impunes. A elucidação tem de vir na esteira de uma investigação competente, rápida e completa, sem buracos, exatamente porque tem de trazer ao conhecimento da sociedade quem são os executores, a mando de quem agiram, e o que motivou a eliminação brutal.

Afinal, a execução do jovem político dilacerou uma família, afrontou a sociedade de Pio VII, manchou o Maranhão e impôs um desafio à Polícia Civil, a quem cabe agora procurar, encontrar e mostrar respostas a todas as perguntas que os maranhenses estão se fazendo diante desse trágico fato. Não é muito lembrar que os 217 municípios maranhenses se encontram em preparativos para a grande festa política agendada para 06 de outubro do ano que vem, ou seja, daqui a 11 meses e alguns dias. Dela participarão entre 600 a mil candidatos a prefeito, com igual número de candidatos a vice-prefeito e milhares de candidatos a vereador. Em muitas campanhas haverão embates duros, carregados, com muitas denúncias e reações fortes, como é natural nas disputas pelo poder, tanto nos pequenos quanto nos grandes centros. Mas nada do que for dito no calor da disputa, justificará eventuais rasgos de violência, principalmente nesse nível.

A sociedade, a começar pela classe política, aguarda as respostas do que está por trás do assassinato de Pedro Filho. 

Via repórter tempo