Mulher era agredida constantemente.
Um policial militar do 9º Batalhão da PM do Maranhão, identificado como Rafael Bruno Capim Barros, é suspeito de manter a ex-companheira em cárcere privado por quase 30 dias. O militar trancou a vítima na casa em que moravam, em São José de Ribamar. Ele teria deixado a ex-namorada sob constante ameaça de morte, segundo contou a própria vítima. “Ele me falava que se um dia eu fosse denunciá-lo, ele iria me matar. Ele sabia onde minha mãe morava e ele ia matar a minha família. E que depois ia se matar. E não foi só uma vez, foram várias.”

Relacionamento abusivo

De acordo com familiares, a mulher tinha um relacionamento abusivo com o policial há oito meses, e já teria fugido para outra cidade após problemas com ele. Ao retornar a São Luís, no dia 8 de agosto, Bruno chamou a vítima até o seu apartamento. Ao chegar lá, ele pegou o celular dela e retirou o chip. A família relata que a vítima sumiu por dois dias, mas no terceiro, mandou mensagem para a mãe através do Instagram, comunicando que estava bem. Após esta última mensagem, a família não obteve mais informações.

Segundo ela, o policial a obrigava, com uma arma de fogo, a enviar mensagens de áudio aos familiares para que não se preocupassem. “Só saia se fosse com ele. Quando ele ia trabalhar me deixava trancada dentro de casa. Ele tinha acesso a todas as minhas redes sociais, Gmail e tudo. Quando alguém mandava uma mensagem, ele via pra depois eu poder responder, se ele deixasse responder”, relatou.

O resgate

O drama da jovem chegou ao fim no dia 31 de agosto, quando acabou sendo resgatada pela Polícia Militar e pela própria mãe. A família da vítima tomou conhecimento da situação depois que a jovem enviou uma mensagem pedindo ajuda do celular do agressor. Sem perder tempo, a mãe dela acionou a polícia e foi até o local para auxiliar a filha.

A mãe e uma viatura da PM chegaram ao mesmo tempo no condomínio, onde os militares encontraram o policial Rafael Bruno com duas armas de fogo e a vítima com vários machucados na cabeça e hematomas pelo corpo. “Eu lembro que depois da agressão eu tentava acalmar ele, abraçava e pedia pra ele se acalmar e mesmo assim ele botava a arma na minha cabeça e pedia pra eu limpar o sangue”, relatou a vítima.

Rafael se identificou como policial e negou ter machucado a vítima. Ele chegou a dizer que jovem havia se machucado em um acidente de moto. A mãe da vítima contou que os policiais chamaram reforços de outra viatura para efetuar a prisão de Rafael Bruno, que fugiu do local. “Eu falei: o senhor não tem que prender ele? O senhor tá deixando ele fugir, o senhor tá dando cobertura pra ele fugir, ele tava matando a minha filha. E ele disse pra mim que não podia prender ele”, disse a mãe da vítima. Segundo ela, os policiais disseram que somente o superior do dia poderia prender o também policial Rafael Bruno.


Do Portal Difusora News.