Felipe Camarão sorrindo em uma mesa de reunião, com bandeira do Brasil e retratos oficiais de Lula e Carlos Brandão ao fundo.

Eduardo Braide, Iracema Vale e Orleans Brandão chegaram a ser ventilados como possíveis adversários, mas estão fora da disputa por falta de viabilidade política 

O vice-governador e ex-secretário de Educação Felipe Camarão (PT) encerra 2024, ano que antecede o período pré-eleitoral, como o único pré-candidato confirmado para a disputa ao Palácio dos Leões nas eleições de 2026.

Primeiro na linha sucessória do governador Carlos Brandão (PSB), Camarão é o sucessor natural para a cadeira e tem trabalhado para ser escolhido, mas ainda aguarda aval do mandatário, que assumiu a liderança do grupo desde a saída do ex-governador Flávio Dino da política partidária para entrada no STF (Supremo Tribunal Federal), no início do ano, por indicação do presidente Lula (PT).

Como líder do grupo, cabe a Brandão conduzir a própria sucessão e defender o legado que ajudou a construir desde 2015, quando chegou à cúpula do Executivo do Estado, à época como vice-governador.

Para isso, o governador pode tanto renunciar ao cargo para disputar o Senado, o que deixaria o assento livre para Camarão, quanto cumprir integralmente o mandato até o fim de 2026, e apoiar o aliado.

Até o momento, a decisão ainda não foi tomada por Brandão, que pode repetir Dino.

Então mandatário do Estado, o agora ministro do Supremo, mostrou o Atual7, anunciou Brandão como sucessor apenas no final do ano pré-eleitoral, em novembro de 2021. Conforme revelou o Atual7, foi também apenas naquele ano, no mês de março, que Dino confirmou pela primeira vez, e inicialmente apenas em reunião fechada com o núcleo central do Palácio dos Leões, que renunciaria ao mandato de governador para concorrer ao Senado.

À época, Brandão tinha como principal adversário o senador Weverton Rocha (PDT), que diante da demora de Dino sobre a sucessão estadual largava na frente com forte pré-campanha ao governo. O próprio Felipe Camarão, além do então secretário de Indústria e Comércio, Simplício Araújo, também buscavam a unção.

Diferente daquele período, o cenário agora é completamente diferente. Dos três nomes ventilados para o Palácio dos Leões que poderiam concorrer com Camarão, até o momento, nenhum se viabilizou.

Um deles é o prefeito reeleito de São Luís, Eduardo Braide (PSD). Além do próprio gestor municipal já ter anunciado publicamente que não vai entrar na corrida, aliados têm confirmado que ele não pretende renunciar ao cargo em 2026, pois teria de deixar o comando do Palácio de La Ravardière nas mãos da vice-prefeita reeleita Esmênia Miranda (PSD).

No início do atual mandato na prefeitura, ela chegou a comandar a Semed (Secretaria Municipal de Educação), mas foi retirada do cargo por Braide poucos meses depois, sem jamais ter detalhado publicamente o motivo da queda, se de ordem técnica ou politica.

Outro nome cogitado foi o da presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, deputada Iracema Vale (PSB), após ter entrado para a história como a primeira mulher a ser eleita a reeleita para comandar o Poder Legislativo estadual. Contudo, embora seja a segunda na linha sucessória e próxima de Carlos Brandão, ela jamais deu qualquer declaração ou sinalizou, nem mesmo nos bastidores, que pretende entrar na disputa pelo governo estadual.

Além disso, a briga interna com o deputado Othelino Neto (Solidariedade), que tenta retomar o controle dos cofres do Palácio Manuel Beckman no STF (Supremo Tribunal Federal), tem contribuído para a ausência de movimentação de Iracema à sucessão de Brandão.

Nos primeiros meses de 2024, a família do governador estudou colocar o secretário estadual de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão (MDB), que é sobrinho do mandatário, na corrida. O próprio clã e entorno, porém, descartaram logo a ideia. Desde então, ele tem trabalhado abertamente por uma vaga na Câmara dos Deputados.