A coluna de Paulo Cappelli, do Metrópoles, relatou que exatamente dois meses antes de a ponte Juscelino Kubitscheck colapsar e deixar um rastro de mortes, no último dia 22, fiscais do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) atestaram a qualidade de obras feitas na estrutura. Documento obtido pela coluna mostra que três servidores do DNIT, vinculado ao Ministério dos Transportes, assinaram o chamado “termo de recebimento definitivo”, que chancelou as obras tocadas pela Matera Engenharia, empreiteira responsável pelos reparos na ponte.

Em contato com a coluna, o DNIT informou que as obras aprovadas pela fiscalização eram referentes apenas à manutenção da ponte, que consistia em reparos menores. Tanto o governo quanto a empreiteira afirmam que o referido contrato não previa a “reabilitação funcional ou estrutural”, intervenção de maior porte que poderia ter evitado o colapso da ponte.

Conforme a coluna, o DNIT alega que identificou a necessidade de reabilitação da ponte, mas que não conseguiu avançar a tempo com a licitação. “Identificando a necessidade de promover a reabilitação da Ponte sobre o Rio Tocantins, procedeu com o processo licitatório, entretanto, as empresas licitantes não atenderam os requisitos de habilitação técnica, resultando fracassada a licitação em outubro de 2024”, informou a autarquia.