O tenente-coronel Mauro Cid é ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro

O ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, revelou em delação premiada detalhes comprometedores sobre ações antidemocráticas e ilegais supostamente orquestradas pelo ex-mandatário.

Tentativa de golpe de Estado

Em depoimento, Cid afirmou que Bolsonaro apresentou uma minuta de golpe a um general do Exército, buscando apoio militar para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. A delação indica que o ex-presidente liderou uma trama conspiratória envolvendo 33 aliados, incluindo ex-ministros e oficiais militares, com o objetivo de reverter o resultado das eleições de 2022. Entre os planos discutidos, estavam o assassinato de Lula e de outras figuras proeminentes, como o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Fraude em cartões de vacinação

Cid também revelou que recebeu ordens diretas de Bolsonaro para falsificar cartões de vacinação contra a Covid-19, incluindo os do próprio ex-presidente e de sua filha de 12 anos. Esses documentos fraudulentos teriam sido utilizados para facilitar viagens internacionais durante o período de restrições sanitárias.

Monitoramento de autoridades

Além disso, a delação aponta que Bolsonaro instruiu Cid a monitorar a localização do ministro Alexandre de Moraes, responsável por inquéritos que investigavam o ex-presidente. Essa ação visava acompanhar de perto os passos do magistrado e possivelmente interferir em suas atividades.

Consequências legais

Com base nas informações fornecidas por Cid, a Procuradoria-Geral da República apresentou denúncia contra Bolsonaro e seus aliados por crimes como tentativa de golpe de Estado, formação de organização criminosa e falsificação de documentos. O STF decidirá se aceita a denúncia, o que poderá resultar em processos judiciais e possíveis condenações para os envolvidos.

A defesa de Bolsonaro nega as acusações, alegando perseguição política. Enquanto isso, o cenário político brasileiro permanece tenso, aguardando os desdobramentos judiciais e suas implicações para o futuro do país.