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O ano legislativo mal começou e a Câmara Municipal de São Luís já ferve em embates políticos e disputas de poder. Em uma sessão marcada por tensão, os vereadores derrubaram o veto do prefeito Eduardo Braide (PSD) ao projeto que aumentou o próprio salário e garantiu a manutenção dos vencimentos de auditores e controladores do Município. A decisão foi esmagadora: 24 votos a cinco.

O prefeito, que se manifestou indignado nas redes sociais, já anunciou que acionará a Justiça para tentar reverter a medida. Mas a derrota do Executivo não parou por aí. Durante a mesma sessão, o clima esquentou ainda mais quando vereadores criticaram duramente Braide por conta da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025. A Câmara aprovou, no dia 3 de fevereiro, uma emenda que reduz de 25% para 5% o limite de remanejamento do orçamento sem autorização legislativa. Para o gestor, a mudança engessa a administração. Para os vereadores, trata-se de um mecanismo essencial de fiscalização.

O vereador André Campos (PP) não poupou críticas e foi direto ao ponto: “Aprovamos R$ 5,5 bilhões para o orçamento de São Luís. Desse total, o prefeito tem R$ 275 milhões para remanejar como quiser. Mas Braide acha pouco e quer R$ 1,4 bilhão sem fiscalização. Isso é muito dinheiro.”

Beto Castro (Avante) seguiu a mesma linha e desafiou a estratégia do prefeito de recorrer à Justiça: “Temos a prerrogativa de legislar. Nenhum juiz ou desembargador vai interferir nisso.”

O episódio ainda reservou momentos de constrangimento para o vereador Douglas Pinto (PSD), que sentiu na pele o peso de ser aliado do prefeito em votações sensíveis. Ao votar pela manutenção do veto de Braide, ele foi alvo da ira de servidores que acompanhavam a sessão e até ironizado com uma cédula de R$ 10 balançada em sua direção.

Enquanto isso, a relação entre o Executivo e o Legislativo municipal parece seguir para um ano de turbulências. E se este foi apenas o começo, o que ainda está por vir?