
Um contrato firmado pela Prefeitura de Viana, sob a gestão do prefeito Carlos Augusto Furtado Cidreira, o Carrinho Cidreira, pode garantir por até dez anos o repasse de recursos públicos a uma empresa de histórico no mínimo questionável. A R L DE L SANTOS FILHO LTDA, com nome fantasia RK Serviços e Consultoria, foi contratada por R$ 9.568.988,00 para locação de máquinas pesadas. O extrato foi publicado no Diário Oficial no dia 8 de maio de 2025.
O contrato tem vigência inicial de 12 meses, mas segue o modelo de registro de preços com possibilidade de prorrogação por até uma década — o que significa que, mesmo sem nova licitação, o município pode manter a empresa como fornecedora exclusiva por todo esse período. A medida é vista por especialistas como um risco, principalmente pela natureza do contrato e o perfil da contratada.
A RK é uma empresa de pequeno porte sediada em São Luís, que tem como dono Ronaldo Luiz de Lima Santos Filho, apontado como contador e vaqueiro. Segundo o Blog Domingos Costa, ele iniciou sua trajetória no setor público como digitador na Prefeitura de Anajatuba e, rapidamente, tornou-se tesoureiro. Desde então, passou a atuar em licitações, inclusive com outra empresa de sua propriedade, supostamente um “instituto” que presta serviços de mão de obra a prefeituras maranhenses.
O Blog do DC revela também que antes de adotar o nome atual, já se chamou “NERO Assessoria e Consultoria Contábil LTDA” e tinha como sócio, além de Ronaldo, o DJ Ney Maran Oliveira Soares Filho. Ney deixou a sociedade em 2019, e Ronaldo assumiu sozinho o controle da firma, que passou por várias mudanças de nome e endereço, até chegar ao modelo atual.
Segundo dados da Receita Federal, a principal atividade da empresa é serviços de engenharia, mas ela possui 35 atividades secundárias que vão de manutenção de aparelhos hospitalares a serviços contábeis.
O alto valor do contrato — quase R$ 10 milhões — também chama atenção pela desproporcionalidade em relação à realidade fiscal de Viana. A possibilidade de manter esse contrato por dez anos, sem novas licitações, expõe o município a riscos administrativos e orçamentários.
A contratação já é alvo de questionamentos e pode virar caso de investigação por órgãos de controle.
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