Mecinho, prefeito de São João Batista

Em mais um capítulo da Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) que pode comprometer o mandato do prefeito de São João Batista, Emerson Lívio Soares Pinto — o Mecinho —, a Justiça Eleitoral indeferiu o pedido da coligação “Chegou a Vez do Povo” para retificação da ata de audiência. A decisão, assinada pela juíza Luisa Carício da Fonseca, manteve o registro oficial da sessão, mas não apagou as evidências de que o prefeito tentou, mais uma vez, driblar a fiscalização sobre contratações irregulares.

O pedido da oposição visava esclarecer e reforçar o conteúdo da audiência, solicitando que fosse incluída a determinação de envio de documentação detalhada: o decreto municipal editado após exonerações determinadas pelo TJMA, os contratos firmados com empresa terceirizada e as listas de novas contratações. Contudo, mesmo com a negativa do juízo, os vídeos da audiência revelam, de forma nítida, que a preocupação da oposição era justamente expor o jogo duplo do prefeito — que tenta justificar contratações temporárias em plena pré-campanha, sob o manto da continuidade dos serviços públicos, enquanto se esquiva de prestar contas com transparência.

Embora a juíza tenha alegado que a ata já reflete fielmente os pedidos formulados, a interpretação rígida e burocrática contrasta com o contexto evidente do processo: a tentativa do grupo de oposição de fazer luz sobre manobras que podem configurar abuso de poder político e uso indevido da máquina pública. O indeferimento da retificação, embora técnico, acaba beneficiando politicamente o investigado, ao preservar um registro que limita o alcance da prova requerida.

O episódio evidencia uma estratégia cada vez mais clara do prefeito Mecinho: blindar, nos bastidores, as contratações emergenciais feitas por empresa privada após decisão judicial que o obrigou a exonerar servidores irregulares. O grupo político que tenta reeleger o prefeito insiste na tática da desinformação, e agora se ampara numa formalidade processual para desviar o foco do cerne da ação: a suspeita de fraude nas contratações em período pré-eleitoral.

Apesar da negativa judicial, a oposição segue firme no propósito de denunciar as irregularidades e garantir que o povo de São João Batista conheça a verdade por trás da cortina de propaganda e dos discursos populistas. A AIJE segue em curso, e Mecinho continua sob investigação por possíveis crimes eleitorais que, se confirmados, podem levá-lo à inelegibilidade e à cassação do mandato.

Neto Cruz