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A senadora maranhense Eliziane Gama (PSD) apresentou uma série de requerimentos de convocação na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes bilionárias no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A lista de nomes inclui ex-ministros, ex-secretários e personagens identificados em esquemas de desvio de recursos, mas chama atenção pela ausência de um nome: o de sua própria irmã, Elisvane Pereira Gama, atual superintendente federal de Pesca e Aquicultura no Maranhão.

Entre os nomes requeridos pela senadora estão Paulo Guedes, ex-ministro da Economia, Bruno Bianco e Narlon Gutierre, ex-secretários da pasta, além de Virgílio Antônio Ribeiro, ex-procurador-geral do INSS. Também estão na lista Giovani Spiecker, ex-coordenador de atendimento do órgão, Danilo Trento e Cecília Mota, apontada pela Polícia Federal como dirigente de fachada de associações ligadas a fraudes.

A senadora justificou que a convocação dessas figuras é fundamental para esclarecer as responsabilidades sobre o esquema que teria movimentado bilhões em fraudes previdenciárias.

Apesar do rigor em buscar explicações de ex-integrantes do governo federal, Eliziane não se movimentou para incluir a convocação da irmã, que desde janeiro de 2023 ocupa o comando da Superintendência Federal de Pesca no Maranhão. A nomeação foi publicada pelo Ministério da Pesca e Aquicultura e representou a entrada de Elisvane em um dos cargos mais estratégicos do setor no estado.

O silêncio sobre a gestão pesqueira levanta questionamentos porque o setor está no centro de novas suspeitas de fraudes. O seguro-defeso — benefício pago a pescadores durante o período de proibição da pesca — é alvo de investigações que apontam a existência de “pescadores fantasmas”.

De acordo com levantamentos, o Maranhão concentra cerca de um terço dos pescadores cadastrados no país: 590 mil. Entretanto, há apenas 621 barcos registrados, o que gera uma média de quase mil pescadores por embarcação.

Enquanto isso, cresce a pressão para que a CPMI também inclua gestores regionais, como os responsáveis pelas superintendências estaduais, entre eles a irmã da senadora, em um processo de apuração que precisa ser amplo, transparente e sem seletividade. (Folha do Maranhão)