
O empresário Eduardo Soares Viana, conhecido como “D’Brinco”, está na mira da Polícia Federal por suspeita de desvio de recursos públicos. A informação foi divulgada inicialmente pelo Blog do Domingos Costa e consta no Relatório de Diligência nº 2025.0105977, assinado pelo delegado da PF Ellison Cocino Correia.
De acordo com o documento, a empresa de D’Brinco, Nutrimax LTDA, teria transferido R$ 335 mil para a JNunes Alimentos LTDA, considerada pela PF como empresa de fachada. A transação ocorreu apenas um mês após a abertura da JNunes, levantando indícios de movimentação financeira atípica e possível origem em recursos públicos.
A investigação ganhou força após uma operação da PF no dia 26 de setembro de 2025, quando agentes prenderam Alisson Mateus Frazão Araújo e Renan Bernardo Araújo, conhecido como “Lorde”, na porta de uma agência do Banco do Brasil, na Avenida Daniel de La Touche, em São Luís. Com a dupla, a Polícia Federal apreendeu R$ 250 mil em espécie, recém-sacados. Segundo o relatório, “Lorde” seria proprietário de sete empresas de fachada criadas entre 2023 e 2025.
A PF aponta que os valores apreendidos saíram da conta da JNunes Alimentos, aberta em 12 de agosto de 2025, e que a empresa teria sido criada para receber recursos de fornecedores ligados a contratos com entes públicos. Em apenas 15 dias de existência, a JNunes movimentou quase R$ 3,3 milhões, dos quais R$ 335 mil vieram da Nutrimax.
O relatório também destaca que a Nutrimax LTDA registrou um crescimento expressivo após firmar contrato com a gestão do prefeito Eduardo Braide, para prestação de serviços de nutrição e alimentação hospitalar. A empresa passou de um faturamento de pouco mais de R$ 1 milhão em 2022 para R$ 39,9 milhões em 2024. No período analisado entre outubro de 2024 e setembro de 2025, a movimentação a crédito ultrapassou R$ 169 milhões, sendo o principal repasse — R$ 15,5 milhões — oriundo do Fundo Municipal de Saúde de São Luís, por meio de contrato emergencial sem licitação.
O relatório ainda registra que a Nutrimax foi alvo de comunicações do COAF por movimentações consideradas incompatíveis com sua atividade e capacidade financeira, incluindo depósitos, saques e transferências em espécie classificados como atípicos.
A investigação segue em andamento, e a PF apura se os valores repassados à empresa de fachada foram utilizados para ocultação de recursos e possível lavagem de dinheiro
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