
O prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), tem o seu futuro como gestor – e, quiçá, político – nas mãos dos vereadores da capital poucos meses depois de reeleito para um segundo mandato à frente do Executivo municipal.
Alvo de um pedido de impeachment protocloado nesta semana, ele próprio já entendeu que o caso requer atenção diferente, e, por isso, pela primeira vez desde que assumiu a Prefeitura, em janeiro de 2021, procurou parlamentares para um diálogo.
Por ora, nada a ver com um possível processo de impedimento.
Vereadores relatam que emissários do prefeito teriam proposto que eles revoguem a lei que reajustou o subsídio de Braide – em troca, haveria o pagamento de emendas que estão em atraso.
Para quem não lembra, Braide buscou o Judiciário após os vereadores da capital aprovarem lei aumentando seu subsídio – norma que havia sido vetada pelo chefe do Executivo, mas foi mantida pelo Legislativo.
Após a derrubada do veto, o presidente da Câmara, vereador Paulo Victor (PSB), destacou que a decisão da Câmara não teve como objetivo especificamente aumentar a remuneração do prefeito, mas garantir a manutenção de salários de auditores e controladores do Município no patamar atual.
No TJ, os desembargadores integrantes do Órgão Especial foram unânimes em negar liminar ao prefeito, que recorreu ao STF – mas não tem mais muitas esperanças.
Por isso, o caminho agora seria tentar um acordo.
A questão é que, nesse caso, apenas o prefeito sai ganhando.
As emendas em São Luís já são impositivas. Em tese, Braide as deveria estar pagando sem necessidade de barganha.
De outro lado: se aceitarem ajudar o prefeito, os vereadores acabam se inviabilizanbdo com uma massa de servidores que os apoiou quando eles decidiram resolver a questão salarial.
Impeachament como pano de fundo
Membros da Câmara ouvidos pelo Blog do Gilberto Léda, no entanto, avaliam que toda a movimentação tem como pano de fundo justamente o pedido de impeachment do prefeito.
A representação, protocolada por um servidor aposentado, pede a cassação de Braide por suposta infração político-administrativa e crime de responsabilidade. Ele teria descumprido leis municipais justamente no processo que culminou com o reajuste do seu subsídio, além de haver promovido cortes considerados ilegais nos salários de servidores, aposentados e pensionistas desde novembro de 2024.
Vereadores que já analisaram o caso vêem consistência na denúncia e até a possibilidade de a própria Câmara estar prevaricando se não levar o assunto adiante.
Por isso, a ordem é que uma análise premilinar do caso seja feita na Comissão de Constituição e Justiça.
É um assunto que certamente dominará a pauta da Casa já no início de 2026…
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