21 de abr. de 2014

Carta ao menino Bernardo

bernadoMeu querido Bernado,
O Brasil inteiro chora o teu assassinato. O país está chocado com toda essa história sinistra da qual você foi vítima.
A Páscoa de todos nós, brasileiros, foi abalada com as revelações sobre como atentaram contra a tua vida, Bernardo.
Não lhe foi dado o direito de ser amado por quem você mais amava. Logo cedo perdeste tua mãe em circunstâncias não tanto esclarecidas, já que a versão oficial de que foi um suicídio não convence tua avó.
Ficamos aqui pensando como a vida pode ter sido tão cruel com um inocente como você, minha querida criança.
O que dilacera nossos corações é o fato de sabermos que não eras apenas órfão de mãe, mas de pai também. Órfão de um pai vivo!
Tiraram você deste mundo, Bernardo, através de um amálgama diabólico de pecados capitais, entre os quais a luxúria, ira, avareza e  inveja.
As imagens singelas exibidas na tevê não deixam dúvidas sobre o quanto eras carente de afeto paterno. Sua fragilidade estava estampada nos olhos chorosos, na voz cândida ou mesmo na atuação na peça do teatro da escola.
Você não foi a primeira e com certeza não será a última criança vítima da união satânica entre um pai ou uma mãe com uma outra pessoa para tirar a vida de um filho. Mas isso está longe de confortar nosso corações, amiguinho.
Na verdade, o que aconteceu com você, Bernardo, serve, desgraçadamente, apenas para termos o mais absoluto cuidado com a forma como nos relacionamos com coisas e pessoas.
No mais, o que realmente conforta nossos pobres corações é a certeza que neste exato momento em que escrevo esta carta, Bernado, você está ao lado Deus como mais um anjo celestial para proteger tantos quantos Bernados forem necessários.
Fica com Deus, amigo.
Aí no céu você encontrou o amor que te negaram em vida terrena.

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